Um Poema Para Minha Mãe
Ivo Martins Vieira Júnior

Hoje eu não quero falar das mães desnaturadas. 
Eu não vou falar dessas mães que espancam, 
dessas mães que não entendem de sorrisos 
e desconhecem o amargor das lágrimas filiais. 
Hoje eu quero falar das mães que amam 
No sentido mais extremo da palavra. 
Eu quero falar de um tempo inesquecível 
Em que a minha mãe me olhava com ternura, 
Colocava-me no colo e cantarolava para mim. 
Lembro-me das minhas inocentes travessuras 
E o seu olhar de quem não tivesse visto nada. 
Lembro-me de suas preocupações, 
Das quais fingia não tê-las. 
Lembro-me de suas dores na alma, 
Que disfarçava senti-las. 
O seu sorriso continua doce, inebriante, afável 
Como o sorriso mais casto da divindade mais pura. 
Lembro-me de seu desvelo 
Para com o meu mundo estudantil. 
Lembro-me das estórias que me contava, 
Onde através delas eu pude vislumbrar 
Mundos reais de tantas histórias. 
Lembro-me de seu silêncio 
Que tanto me levou a refletir. 
O seu olhar continua terno, grave, 
Transmitindo segurança e acolhimento. 
Lembro-me de sua exímia capacidade 
De administrar o lar com justiça e carinho. 
Os filhos hoje moram em outros lares, 
Porém dentro de seu coração você os guarda 
Como o fez desde os primeiros 
Que lhe saíram do ventre. 
Obrigado, mãe, por saber ser Mãe! 
Por saber amar como uma verdadeira Mãe!

Professor e Poeta Ivo Júnior

Publicada em 03 de Maio de 2013