Silêncio
Carlos Laerte

O silêncio
cala alto
o sangue inocente
que se perdeu.
De mãos amarradas
segue junto o choro,
a dor das mães
e  a esperança das margens.

Mas, como em todo silêncio sobrevive
um som, esperamos,
entre as paredes divinas
soar, ainda que tarde,
os murmúrios gritantes da verdade.

E se ainda assim,
insistirem em reverberar
as dúvidas da mentira útil,
que seja vil este propósito,
pretérito infame.

Pois, ainda que pareça longe,
está perto o dia em que
estaremos em silêncio e paz
regando a boa e angelical
lembrança da menina
Beatriz.

Carlos Laerte

Publicado em 09 de junho de 2016