No meu sertão sinto a magia da invernada
Sou energia sertaneja, de relâmpago e
trovão
Tenho a esperança no verde da plantação
No sertão, sou alegria, na chuva
anunciada
Do grão do milho, sou desejo da
multiplicação
Alimento sonhos, de bicho, de gente e
passarada
Sinto um prazer no cheiro da terra
molhada
Meu ser, tão em festa, festejando a
floração
Sou líquido de céu derramado sobre a
gente
Corro livre nos córregos, passo qualquer
passagem
Sou céu, que cai no chão, e me faz de
água corrente
Sou nudez da vegetação, recoberta na
folhagem
Que faz nossa gente do sertão ser tão
contente
Sou o riso sertanejo, sou o sorriso da
paisagem
Hélio Ferreira