Rasgo de Rede
Juraci Oliveira Costa

Já se ouviu muitas histórias
Comentários mirabolantes
A rede como cenário de dormir
Um buraco a atormentar o deitado
Um pé, uma mão ou a cabeça mal posicionada
Faz um estrago sem precedentes
Rasgo de rede é assim
Só para quando se aproxima dos punhos

Uma mulher traíra
Casada com marido bonzinho
Foge prá noitada sozinha
O marido dorm e o sono dos cornos
A mulher lhe mete gaia
O coitado nada nota
Perdoa-a quando questionada
É igual a rasgo de rede, não tem jeito.

O tomador de cachaça contumaz
Embriaga-se diariamente e noturnamente
Vive a ilusão do alcoolismo
A cirrose invade seu organismo
Falta alimento para o combate
Quando se dá conta é tarde demais
Sua doença não tem solução
É igual a rasgo de rede, só para dentro do " caixão "

O câncer começa sorrateiro
Sem percepção definitiva
Quando percebido, é metástase crucial
O doente é fragilizado e sucumbi
Seus familiares lutam com esperança
O corpo não resiste dor constante
O fim está próximo com certeza
É igual a rasgo de rede, triste fim natural.

Quando começa uma queimada 
A propagação é devastadora
As chamas do fogo é consumista
A mata ou floresta logo vira cinzas
A fumaça expande nos arredores
Os animais fogem sem rumo
Os bombeiros lutam bravamente
É igual a rasgo de rede, só para com uma chuva forte.

Juraci Oliveira Costa

Publicada em 01 de setembro de 2011