Petrolina
*Carlos Lertes
Petrolina,
existem muitas
a que acorda, a
que dorme, a que levanta
sobressaltada pelo progresso
e a que
adormece ao sol da rua Primeiro
de Maio.
Petrolina
tem muitas cores
o verde de
rio, o vermelho do fim de tarde
o azul das
mais lúdicas brincadeiras
dos teus
filhos mais sutis.
Petrolina é
sutil e tem surpresas.
Quando no
alvoroço dos pássaros
ao cair da
tarde na praça Dom Malan
não pense
que é o sol querendo ir embora
é antes
disso toda natureza assegurando
que veio
para ficar
Petrolina
tem sabores
sabe a
cocada e arroz doce
as mulheres
inventaram de servir acarajé
nas praças,
mas nos becos
os homens
ainda preferem um bom
baião de
dois
dois pra lá,
dois pra cá
Petrolina
também dança
quando você
vê as pedras da
Coronel
Amorim saírem de lugar
não pense
ser ilusão de ótica
são apenas
os olhos da menina
mudando de
cor.
Petrolina
tem muitas esquinas
e
encruzilhadas
Petrolina
tem muitos sons.
o baticum do
meio-dia no calçadão Bahia
lembra as
batidas do coração de um
remeiro
a singrar
rio acima,
lua abaixo
Petrolina
tem raça
Souza Filho
é hoje avenida porque
pelo verbo o
homem se fez mito
Lá na
Catedral, “Poema de Pedra”
pelas mãos
do velho poeta Raulino
Rezaram um
dia a missa, o bispo
Dom Malan
toda a cidade
Sr. Quelê e
no outro dia
Joãozinho
deu a notícia no “Pharol”
Petrolina
tem luz e muito amor
tem um
coração imenso que acolhe
Os desejos e
sonhos de todos nós
Juntos.
homenagem aos 116 anos de Petrolina.
*Texto extraído do livro “O Quarto”.
Foto/quadro de Celestino Gomes