Lampião
Marcos Antonio Alves de Sá

Era livre e tornaram me prisioneiro
Gralhava lindas canções
Hoje o silêncio o meu canto
Voava e me tiraram esse dom
Construía meu ninho e o destruíram
Me engaiolaram
Me oferecem uma comida comercializada
E uma água suja as quais rejeito
Eles não sabem mas amarga
Queria voar ser livre novamente
Beber a água limpa cristalina
Do córrego bem escondido
Onde descanso bem encolhido
A sombra de uma árvore
Por quê não nos deixam ser apenas aves
Não entendem que nosso canto ao ar livre é mais bonito
Soa mais alto pelos campos
E dar a floresta um pouco mais de colorido
Me enoja essa água esbranquiçada
Nasci livre e só livre viverei
Adeus linda criança 
Que passa horas Admirando minhas cores
És inocente, 
Pequeno ser, decente
Mas algum dia também vais crescer
Mesmo assim lembrarei de ti com apreço
Eras o único que me olhava com carinho 
Quando estava preso
Me sinto fraco, cansado
O sono me chega
Mesmo assim ainda tento
Silvar o meu último lamento
E pela última vez
Mas o silvo me sai fraco 
E sem tez.

Marcos Antonio Alves de Sá

Publicada em 14 de Março de 2008