Pai
Emissael Alves de Barros

Quantos pais gostariam de estar presentes hoje
Brincando com seus filhos
Almoçando com seus pais
Gozando da sombra do seu lar
E até degustando um bom vinho com amigos

Quantos pais se foram daqui
Por circunstâncias alheias
Por negligência e imperícia
Por atos humanos desumanos

Quantos que não são pais
Mas gostariam de ser
Quantos veem filhos pródigos
Sem pai pela sua culpa

Você responsável por filho sem pai
Não sente vergonha?
Não sente remorso?
Você não estar com deus

Você é apenas um objeto
Sem valor algum
De estrutura vulnerável
Seu pai almoçou com você?

Seu pai aquele velho sofrido
Tudo que você é dependeu dele
Tudo que você tem foi através dele
Você não tem vergonha?

Hoje ele é feio e velho
Deficiente e sofrido
Pobre e dependente
Mas ontem ele já foi bonito

Pai é coisa que não se despreza
Pai é coisa infinita
É imortal e nunca será ex
É tua origem sanguínea

Não adiante riqueza
Não adianta formatura
Não adianta beleza
Enquanto teu pai é mendigo

Não adiante ir a igreja 
Não adianta viver de aparências
Com um coração de astúcias
Enquanto teu pai padece

O pai de todos nós
O dono de todo o mundo
Não tem riquezas nem ambições
Esse é o pai todo poderoso.

Emissael Alves e Barros
Poeta Salgueirense

Publicada em 09 de agosto de 2009