O poeta diante da máquina
não sabia o que deixar no papel.
Queria, no entanto, escrever
a propósito das coisas mais simples.
Não era nascido o primeiro verso
quando, subitamente, pousou-lhe na mão
uma sutil e despretensiosa borboleta.
Foi aí que o poeta, fitando-a, sorriu,
e esqueceu da máquina,
e esqueceu do tempo...
Mas a poesia daquele instante
fez lembrar que lá fora havia jardins
de rosas multicoloridas e perfumadas,
sob um céu simplesmente azulado e belo.