Não tenho culpa se a minha alma é triste
e somente a minha doce e amada mãe
é quem chora por mim.
Não tenho culpa, e muito menos o meu Deus,
de passar noites de insônia
acorrentado a pensamentos pavorosos.
Ninguém tem culpa se o meu coração
quer arrebentar o meu peito.
Eu busco luzes, mas um escarcéu
de enegrecidas nuvens acercam-se de mim.
Luto, reluto, insisto em não me envolver
e o meu crânio quer explodir.
Não tenho culpa. Absolutamente, não tenho!
Vejo no fundo do oceano de meu ser
o meu barco à deriva, muito distante,
muito distante de alguma rota de navegação.
Adormeço em pesadelos
e desperto gritando por mim mesmo.
Não tenho culpa se a minha alma é triste
e um poeta vive sob torturas...