Meu Sertão
Emissael Alves de Barros

Estou indo pro meu Sertão
Rever parentes e amigos
Lembrar de tudo que deixei
Pois sei que hoje em dia
A saudade me domina
E a vontade é tanta
De abraçar meus velhos pais

Não vejo a hora da chegada
Estou alegre com a partida
E sei que quando estiver lá
Vou beber água na cacimba
Montar no velho jumento
Arranjar uma namorada
E armar a rede na varanda

Agora é bom amanhecer o dia
Nesta minha casa de taipa
Ligar um rádio canarinho
Ouvir o cantar do galo
Olhar para o terreiro e ver
Meu cachorro vira lata
E o verde desta caatinga

Já matei minhas saudades 
Sou hoje feliz e contente
Se eu pudesse não ia embora
Mas está chegando a hora
Adeus meu torrão natal
As lágrimas banham meu rosto
E eu não vou mais embora

Vou escrever uma carta
Despedir-me do patrão
Mandar abraços e beijos
Para alguém que lá ficou
E dizer que meu lugar
Nunca foi a capital
E sim este meu Sertão.

Emissael Alves de Barros
Poeta salgueirense.

Publicada em 26 de Dezembro de 2010