Eu vejo triste o serrado
Veredas por onde passei
O velho açude seco
E o casebre no chão
Rastros do gado já magro
A ossada mais além
Eu lembro o meu roçado
Ao lado a velha porteira
Eu choro com a lembrança
Meu rosto se banha em lágrimas
Foi aqui a minha infância
Onde hoje não é nada
Eu canto pra não chorar
E vivo pra não morrer
O meu desgosto é profundo
Minha lembrança é tanta
Ao encontrar meu caderno
Debaixo do velho escombro
Olho folha por folha
Quase nada entendo
Rabiscos são as letrinhas
Do meu primeiro abc
Na última capa escrita
Papai do céu eu te amo.