Ao ar livre e sem uma cabine montada
Eu ali na praça sentado num banquinho
Cabelos penteados a me olhar num espelho
E o fotografo falava: Olha o passarinho!
Parecíamos sermos as atrações da praça
Ficando eu a fazer posses de contente
Sentia-me dos clientes a celebridade
Ali sentado a frente do Lambe lambe.
Assim esperava-se alguns bons minutos
Conforme era o processo para revelação
Uma maquina que parecendo laboratório
Quando de fato nos chamava atenção.
As fotos lavadas a um balde com água
Depois passadas no álcool e cortadas
Entre uma conversa e outra do fotografo
Nas fotos ele dava umas boas salivadas.
Depois todas eram cortadas direitinho
Com a maestria e sua tesoura amolada
Que ainda eram colocadas penduradas
Pra ao vento serem as mesmas secadas.
As fotos instantâneas em preto e branco
Pagávamos por estas uns poucos reais
O pesar é que hoje estes Lambe lambes
Praticamente extintos não existem mais.
Lambe lambes os cronistas da sociedade
Resistentes ao tempo nos trás saudades...
Vocês profissionais da arte de fotografar
Um imortal patrimônio cultural das cidades.
Osvaldo Nunes de
Barros/Policial, amigo e salgueirense.
Dedicado
a Héliton e todos da arte de fotografar.