Louvado Seja Nosso Senhor Jesus Cristo e
Para Sempre Seja Louvado
Emissael Alves de Barros
Quando o
urubu voa
A asa branca a cantar
O carcará batendo asas
E a cigarra cantarolar
O caboré que se foi
Para o seu ninho voltar
Seu João de barro prepara a casa
Com a porta contra o vento
O sertanejo olha pra o tempo
E já tem ele no pensamento
A seca que sempre maltrata o Sertão
Meu Deus nos tem piedade
Protege nossos bichinhos
Não seca nossos açudes
Aumenta a água da cacimba
Rogamos a São José
Oramos ao Padre Cícero
O gado já esta magro
Só o jumento contente
Já vejo algumas costelas
De um dos meus doze meninos
Pois a mulher de joelhos clama por
piedade
Agora sei que é verdade
O sertanejo é cabra forte
Não morre por falta d'água
Nem afogado na mesma
Prefere morrer na seca
Nem pensar deixar o norte
Quando está triste proseia
E tem como mãe nossa senhora
A protetora de todos
Que vive em busca da sorte
Aqui no nosso Sertão
Quanto Deus é milagroso!
E a esperança a última que morre
Deitamos tristes cansados
Acordamos quase assustados
Com o trovejar do trovão
E o clarear do relâmpago
O barulho da chuva na telha
Pois a seca que atormentava
Agora já não é nada
Louvado seja Nosso Senhor
E para sempre seja louvado.
Emissael Alves de Barros
Poeta salgueirense.
Publicada em 19 de Julho de 2011 |