Lamentos de Um Açude
Wilson Monteiro

No centro de Salgueiro
Há lamentos de um velho açude.

 Abandonado, ameaçado de extinção

Quem tantas vezes matou

A sede de um povo geme e nos gemidos,

Gritos de dor.

 

O homem do progresso tem os ouvidos fechados,

Pouco entende o valor da preservação.

 

E o Açude Velho pergunta:

 

Onde estão os banhistas?

Onde estão os pescadores?

Onde estão os que saciaram a sede e mataram a
fome com os peixes das minhas águas?

 

Salgueiro segue silencioso...

O mesmo Salgueiro que cala diante de injustiças

Também não levanta a voz contra a poluição.

Wilson Monteiro é poeta e professor

Publicada em 22 de Dezembro de 2006