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Insônia
Wilson Monteiro
Nas longas noites olho o
céu
fixo os olhos no céu.
No céu, uma estrela brilha.
Será o brilho dos teus olhos?
A madrugada é longa
O passado passeia na minha mente.
Por que as pessoas insistem em conviver com o que já se
foi?
Abro a janela. O vento sopra, um grupos de jovens
bebem, fumam pela noite.
O cigarro, a bebida, o passado, as ilusões da vida.
A noite é longa, a TV exibe o velho, sucatas
cinematográficas.
O vigia apita...
É interessante como os vigias se comunicam
Parecem galos com um canto associado a outro canto.
uma senhora abre a porta.
Há mulheres que passam noites observando.
A filha de fulano chegou às quatro da manhã.
A filha de sicrano ainda nem chegou.
Em cada rua
Há alguém preocupado com a vida do vizinho.
Prefiro olhar o brilho das estrelas ao rádio, a
televisão.
Esse brilho
É esse brilho que se vai
Todas as vezes que o dia amanhece e
lembra o dia em que você partiu.
Pensa em voltar?
Ah, você não pode voltar
É como essa noite que se perderá na imensidão dos dias.
Wilson
Monteiro [em memória]
Publicada em 24 de Setembro de 2007 |
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