Gírias
Juraci Oliveira Costa

O afanado entregou tudo ao lalau
A vítima ficou na horizontal
A justa enjaulou o preso no amor velho
Seus antecedentes eram de anjo mau
O arame é oriundo da venda do branco
Bagulhos e outros troços pros bacanas.

Tem que baixar o pau no baiacu
Por ostentar um bambolê de otário
Apesar de possuir uma boa bolada
E ter caído no artigo calibrado
Sem canudo fica difícil a cama de gato
Não tem colher de chá, é melhor vestir pijama.

A dama da noite é danada
O Dan Juan não lhe dá trégua
Não dar bode, nem dá mancada
Não dá uma de Mandrake nem dá migué
Gosta de desopilar e não desmancha prazer
Não tem dor de cotovelo pelo dono da boca.

O engrupe gosta de enquadrar o enjoado
Por causa da mulher enxuta
Que se esbalda no vício da erva
Até ficar de tanga pelo fogaréu
Mesmo pego no flagra pelo fio
Tendo um gruvião como dedo duro.

Uma ideia de jerico foi passada ao informante
Para ir na cega a um convento de internados
A fim de jogar um verde em um judas
Sobre uma lata surrupiada
De um vidão em liberdade
E o majorengo colocar no jaulão.

Na esportiva, na maciota não tem mosquito
O nego é nababesco e tá na crista da onda
Não tem nota fora e é sem bronca
Gosta de pano verde e quarto sexo
Não gosta dos sete palmos nem dos octavianos
Papa do bom e do melhor, é da Pavuna

A quenga adora quizila e rabo de arraia
Quando a raposa velha pega a ragaza
No rebolado do roçadinho
Onde refresca as ideias na roleta paulista
Depois sai pela culatra, sem quitar
E depois ser sapecado, e sandalhado.

O rei na barriga do testa de ferro
Só porque tem peixada, e não gosta de tira
Sobrevive de trambique e fica tudo na santa
A turma do deixa disso não lhe dá uns petelecos
Sua excelência não lhe dá aviso
Assim vai vivendo tomando gelada, usando a moringa.

Juraci Oliveira Costa

Publicada em 16 de maio de 2012