Tem que ser luz de lampejo
Tem que ser grito que ecoa
Tem que desejar sobejo
Tem que ser mar em lagoa
Pra desaguar-se em desejo
Pra ser poema em Lisboa
Pra navegar-se no Tejo
Pra ser Fernando em Pessoa
Para ser mundo e ser pouco
Para ser mudo e ser mouco
Tem que ser mais que poeta
Tem que ser lúcido e louco
Para sangrar vontade secreta
Para quebrar a ideia concreta
Hélio Ferreira
Publicada em 20 de Fevereiro de 2009