Nos
sábados pela manhã
Vou ao centro da cidade
Lembrar velhos conterrâneos
Que negociavam no beco do fumo
Não vejo Biu, Lourenço
Sebastião Fumeiro, Benedito
Seu Marreca das foices e Moisés
Nem seu Pedro Alexandrino
Parece-me deserto
Chego a feira do feijão
Não vejo nem o litro
Nem a cuia
Os antigos quem não liam
As revistas de Antonio Grosso
E ouviam o ferreiro cantador
Da bodega de seu Cosme
E ai bolero subia a favela
Cardeco tomava pinga
No bar pitu ou serra grande
Que bela feira de Salgueiro
À tarde arruma as bancas
Ajunta o que sobrou
Hoje na feira do rolo
O troca troca aumentou
É que o matuto agora
Só compra se for nas lojas
Mas da arupemba ao poca piu (como
diz o poeta Juraci)
Só tem nas feiras dos sábados.