A feira nos Dias de Sábados
Emissael Alves de Barros

Nos sábados pela manhã
Vou ao centro da cidade
Lembrar velhos conterrâneos
Que negociavam no beco do fumo

Não vejo Biu, Lourenço
Sebastião Fumeiro, Benedito
Seu Marreca das foices e Moisés
Nem seu Pedro Alexandrino

Parece-me deserto
Chego a feira do feijão
Não vejo nem o litro
Nem a cuia 

Os antigos quem não liam
As revistas de Antonio Grosso
E ouviam o ferreiro cantador
Da bodega de seu Cosme

E ai bolero subia a favela
Cardeco tomava pinga
No bar pitu ou serra grande
Que bela feira de Salgueiro

À tarde arruma as bancas
Ajunta o que sobrou
Hoje na feira do rolo
O troca troca aumentou

É que o matuto agora
Só compra se for nas lojas
Mas da arupemba ao poca piu (como diz o poeta Juraci)
Só tem nas feiras dos sábados.

Emissael Alves de Barros
Poeta salgueirense.

Publicada em 19 de Janeiro de de 2011