Eu sou amante das mulheres deprimidas, sofridas
que ora são Pombas-Giras, lixeiras ou rainhas.
Eu sou a tristeza e o esconderijo dos baixos meretrícios
De plebeias que já foram princesas.

Minhas noites são de loucos amores
que desaparecem ao amanhecer do dia
Mas que renascem em outro anoitecer
onde meus pânicos suavizam
em eternas noites frias.

Eu quero o amor das mulheres vadias
Os beijos enlouquecidos com cheiro de cigarro e gosto de bebida.
O pecado que o profeta anuncia.
Eu sou da noite
em minha eterna agonia.

Eu morro e renasço a cada dia
nos prostíbulos da vida.
Eu escuto gritos e gemidos com depressões antigas, vividas…