Batizado

Tem choro e tem correria
O padre se impacienta
O sacristão se movimenta
Traz a água da sacristia
Ai meu Deus e ave-maria
Ai meu Deus que triste sina
Chora menino e menina
Haja água no domingo
Dela não sobra um pingo
Depois que a missa termina

Primeira comunhão

Moleque faz oração
Diz que é sincero e franco
Veste encarnado e branco
No dia da comunhão
Pede o vinho e chora o pão
Reza pela proteção divina
Pede à luz que ilumina
Pra ser bom cristão na estrada
Tira a roupa encarnada
Depois que a missa termina

Casamento

Descortinam-se a alma
A noiva levanta o véu
O noivo que "olha pro céu"
Pede tudo e pede calma
A testemunha bate palma
Pela união que o fascina
Orando o vigário ensina
Como é bom viver a dois
São Junta de carro de bois
Depois que a missa termina

Missa de Sétimo Dia

Parece até foto de andor
Uma santinha bem vestida
No sétimo dia é perseguida
Pelo o olhar dum pecador
Que não respeita a sua dor
Diz que ela não se domina
Que vai tirar sua cortina
Que tira o preto do vestido

E esquece do falecido
Depois que a missa termina

Missa de Natal

Louvando o menino Jesus
O fiel pela reza se dezembra
Tem fiel que o vigário não lembra
Não vê nem o sinal da cruz
Mas implora paz e luz
Faz promessa se disciplina
Vai tirar o pecado da rotina
No início do novo ano
Mas entra no cotidiano
Depois que a missa termina

Missa de Confraternização

Na comunhão universal
Tem preto vestido de branco
De pé ou sentado num banco
Tem branco em pose fraternal
Na reza de missa campal
Tem cheiro de naftalina
No traje santo da celestina
Quer ser santa nesse dia
Para viver só de orgia
Depois que a missa termina