Contentamento
Ivo Martins Vieira Júnior

Antes que a noite chegue, 
cuspirei no rosto da solidão. 

Ao longo da caminhada certa, 
farei estapafúrdias peripécias... 
e o meu brado será de contentamento. 

Sobre o galho de uma árvore imaginária, 
deixarei um lenço branco 
acenando para a saudade. 

Chamar-me-ão de excêntrico. 
Mas quem ousaria ter o privilégio 
de sonhar os meus sonhos? 

Alucinado, chamarei por mim, 
no labirinto do meu ser. 
Uma voz de criança, entre risos, 
responderá: ? Estou aqui, poeta!? 

Antes que a noite chegue, 
minha sombra me abandonará. 
Porém meu choro não será de tristeza... 
e eu, por certo, já terei me reencontrado.

Poeta Ivo Júnior

Publicada em 12 de setembro de 2013