Coisa do Passado
Emissael Alves de Barros

No passado andando pelas ruas
Encontrei um velho baixo
Vestido com um suspensório
Por sinal muito inteligente
E que era muito conhecido da época.
Olhei para ele, ele olhou para mim
E conversamos bastante.
Falamos do monte alegre
Do banco que era dele
Até do seu balaio que tinha tudo
Além de um chalé bem construído.
Muitos empregados ele tinha.
Nossa cidade desenvolvida
Exportava-se várias mercadoria
Até mesmo couros de sapos.
Era nobre, falava manso
E tinha dinheiro!
Pergunto-lhe da nossa terra dizendo assim:
E hoje?
Não temos industrias,
Que educação coronel!
Até sabemos um pouco
Mas não temos na nossa cidade
O que tínhamos antigamente.
Lembra do curtume?
Da fábrica de bolachas?
Do macarrão?
Do óleo de salada?
Da produção de coloral?
Dos armazéns de algodão e mamona?
Calçados aqui fabricados?
Pois vou lavar minhas mágoas
Com o sabão da usina,
Viajar pelo passado
Ouvindo o apito do trem,
Tomar café altaneiro
Falar de coisas que hoje
Nossa salgueiro não tem.

 

Emissael Alves de Barros
Poeta Salgueirense

Publicada em 04 de novembro de 2008