Cidade Marginal
Hélio Ferreira

Deitei calçadas, tomei goles de gim
Sonhei na rua dos homens universais
Sonhei com casa sem sonhos e sem quintais
São casas que não moram mais em mim

Porque a cidade já se perdeu de mim
Nas suas ruas e avenidas sem sinais
Não me encontrei nos avisos sociais
Nos teus finais cheguei ao fundo do fim

No botequim apaguei todas as luzes
Das ruas tristes que a cidade acendeu
Somos em sonhos cruzes, as cruzes!

Se eu sou o sonho, a cidade é como eu
Somos partes do breu e dessas luzes
Se na cidade não sou luz, ela é o breu.

Hélio Ferreira

Publicada em 25 de Setembro de 2007