Eu sempre sonhei que
aos meus noventa e poucos anos
Estaria a sentar-me numa cadeira da vovó, ao meu
descansar.
Presenteada por um de vocês, num destes dias
especiais...
E assim agradecida pelo presente, “estando eu num
balançar!”
E no deleito deste
balanço, assistir todas as novelas...
Não digo de pernas p’ra o ar, mais sim de maneira
elegante
Deixando-me levar num balanço ao descansar das
fadigas,
Em tirar uma soneca p’ra lá que merecida, sim!
Acredite!
Mais num certo dia
cedinho ó Deus! estava escrito p’ra acontecer
Depois de uma complexa mais bem sucedida cirurgia,
“a queda!”
Veio o meu deserto, e fiquei a escutar os pra que? e
por quê?
Os dias naquele
hospital que de tão alto me fez amedrontar
Que de tão alto estive muito próximo de Deus,
acreditem!
O qual me devolveu a vida, e de presente uma cadeira
de rodas p’ra sentar.
Osvaldo Nunes de Barros/Policial, Amigo e
Salgueirense.
“Dedico à minha mãe Cremilda,
92 anos, desenganada por uma equipe médica no
Recife, hoje é cadeirante
e mora comigo”. E a todos portadores de
deficiências.