Quando não chove no Sertão
A seca resseca o solo
Os açudes onde o gado bebe
Sem água racham o chão
A caatinga fica amarela
Estradas empoeiradas
Até os pássaros que cantam
Ficam tristes às caladas
Padim ciço sente a dor
Do seu povo sertanejo
Que oram de noite e dia
Pedindo chuva ligeiro
A criação está magra
O povo está sofrido
Vamos queimar xique xique
Pra o boi que estar desnutrido
A falta da chuva desanima
Mas não perca a esperança
Vamos rezar a novena
E orar a Santo Antonio
O sertanejo é cabra forte
Que só tem medo da morte
Mesmo sofrendo com a seca
Não vai morar na metrópole
Ao anoitecer o relâmpago
E o bradar do trovão
O céu fica bem escuro
A chuva está pra chegar
Se alegra o boi e a boiada
O cantar da passarada
O boi que estava desnutrido
Vai comer pasto e beber água
Feijão, arroz e o milho
Vamos ter em abundância
Leite pra os meninos beber
Maxixe pra cozinhar no feijão
Com a chegada da chuva
Acabou-se nossa tristeza
Temos fartura de tudo
E um boi forte nutrido.
Emissael Alves
de Barros
Poeta salgueirense