As Curvas da Vida
Emissael Alves de Barros

As curvas não são as mesmas
Uma é mais fechada
Outra é mais aberta
O aperto de mão nunca se iguala
Hoje foi de um jeito, amanhã será de outro
São como os rastros dos pés
São como os dedos das mãos.

As pessoas também são diferentes
Umas são ricas
Outras são pobres
No coração é onde está a diferença
Mas o Natal é um só para todos
Se houver igualdade, fraternidade
Ou então pão para todos.

Jesus nasceu em Belém
Alguém diz que ele era branco
Outra não aceita que era preto
Na verdade somos toda gente
Feitos de carne, osso e sangue
E o Pai Nosso que estás no céu
É um só para nós todos.

Neste natal peçamos perdão
Pelos demasiados pecados
Pelas calúnias, ofensas e maldades
Rezemos pelos que não sabem o que faz
E ao invés de plantarmos espinhos
Semeamos videiras e manjás
Para diminuir tanta fome.

Não há fome só por comida
Há uma pior de todas
Que é a fome de espírito
E quando estiver da tua farta mesa
Lembra de quem tem fome
Doe nem que seja um pedaço de pão
Ou apenas um copo de água.

Emissael Alves de Barros
Poeta salgueirense.

Publicada em 14 de Dezembro de 2010