Sai lá do interior
E vim para a capital
Aventurar minha vida
Na esperança de voltar
A vida foi traiçoeira
Construi minha casa
Fiz vários amigos
E ainda estou aqui
Chamo isso de casa
Mas é debaixo da ponte
E esses meus amigos
São andarilhos como eu
Sai lá do norte
Trazendo meu título
Aprendi muito na vida
E hoje seu doutor...
Já tive mulheres
E até criei um filho
Hoje não tenho família
Muito menos dinheiro
Se eu pudesse voltar
Bem que voltaria
Só não perdo a esperança
De morrer na terra natal
Já fiz vários rastos
Passei fome e sede
Dormi muito ao relento
Por este brasil inteiro
Agora velho e cansado
Perto de me abraçar com a morte
Continuo sendo andarilho
Retornando para o norte
Uma luz no horizonte
E um abraço de coração
Aquele velho andarilho
Reencontrou seu ombro amigo
Já não tenho mais palavras
Na vida creio no destino
Sou hoje um homem feliz
Acolhido por um filho adotivo.
Emissael
Alves de Barros
Poeta salgueirense