Andança
Ivo Martins Vieira Júnior
Agora eu ando em busca
de um sorriso amigo,
de um sincero aperto de mão,
de uma amizade fiel...
Nenhum vivente cruza meu caminho!
Estou só. Solitário qual ébrio
sob o diáfano clarão da lua,
lastimando-se do mundo revolto.
Desejo sonhar os sonhos
do José do Egito,
os sonhos de uma manhã auricolor,
os sonhos de uma tarde airosa...
de uma noite depois das orvalhadas.
De fronte erguida,
prossigo à espera de um Anjo-Guia
que siga a minha sombra,
que embale a minha alma.
Necessito ouvir a voz dos profetas,
a voz de trovões retumbantes,
a voz dos mares agitados...
Desejo sentir temor!
Ando, ando, ando...
Cruzo veredas espinhosas,
ultrapasso vales da miséria,
da dor fecunda,
do desdém da vida.
Ando, ando, ando...
Esta é a minha sina!
Poeta Ivo Júnior
Poema publicado no ano de 1988. Livro: "Veredas do
Romantismo"
Publicada nesse Portal em 19 de julho de 2014 |