Estando na Praça Urbano Gomes de Sá
A sombra das suas árvores, a te espiar
Desde o pé de Salgueiro, as tuas palmeiras,
Com pessoas  sentadas no banco a conversar 

Entre casais de namorados a passearem
Vejo crianças e pais estando a brincar
Como um colírio em ver os teus jardins...
Das tuas flores exalando perfumes no ar.

E o coreto como destaque, eu o vejo assim:
Situado na praça que parece à cena roubar
Em exibir o seu charme, chamando atenção
Como um portal acolhendo, a quem chegar. 

Desde os tempos das missões de Frei Damião
Que enquanto pregava, o povo na praça rezava
E no coreto, a banda tocava, a mais bela canção
Registrando o tempo da nossa vida que passa. 

A praça  que se renova em cada evento
Transforma-se em presépio quando é natal
Veste-se de matuta nas festas juninas...
Por sermos ecléticos, brincamos o carnaval.

Vejo Raimundo de Sá  apreciando a matriz
No delinear arquitetônico que nos faz encantar
Pela fachada, a beleza inconfundível da torre,
E o relógio acima, estando às horas a marcar. 

E quando o soar do sino nos faz despertar
Na beleza de Deus, transbordante da graça
Em devoção ao nosso padroeiro Santo Antonio
A Paz de Cristo chega aos homens, além da praça. 

Aleluia! Hoje é domingo, o dia do Senhor
O padre ao celebrar a missa diz: como és bela!
A Praça da Matriz contagiada pela fé dos fiéis
Nascida da  fervorosa promessa de uma capela.

E por meio da crença do coração de uma mãe
Na união desta gente, em Igreja se fez  tornar
E o teu povo em versos, fala da tua beleza
Desta mesma crença, Deus em diocese te fará.

Neste chão abençoado, também choramos...
Pelo fiel e mártir Pe. José Maria, quando tombou.
E a praça como o ventre da história de uma cidade
Que chamada Salgueiro!  Deus fez surgir e abençoou.

É o marco de um  povo religioso a te construir
Que te ama, te admira e te preserva por inteiro
Ousando na verdade chamar a  Praça da Matriz
Com muito orgulho: “o coração de Salgueiro!” 

Osvaldo Nunes de Barros/Policial/Amigo e Salgueirense.
Dedicado ao dia 23/dez. 174 anos da fundação Salgueiro.