A
Louca passou próxima a mim,
velozmente, maltrapilha,
seminua, ofegante e assanhada.
Depois parou na última esquina,
ajoelhou-se, roeu as unhas,
bateu com a cabeça na parede
e balbuciou uma prece desconhecida.
A louca deu mil e uma gargalhadas,
deitou-se na lama, entre porcos,
e chorou um choro rouco e diferente
que só os loucos sabem ter.
Poeta Ivo Júnior