Um casamento feliz é uma longa conversa que nos parecerá sempre demasiado curta.
André Maurois

Se uma pessoa diz a outra que a ama, a própria linguagem supõe a expressão "para sempre". Não tem sentido dizer: - Amo-te, mas provavelmente só durará uns meses, ou uns anos, desde que continues a ser simpática e agradável, ou eu não encontre outra melhor, ou não fiques feia com a idade. Um "amo-te" que implica "só por algum tempo" não é um amor verdadeiro. É antes um "gosto de ti, agradas-me , sinto-me bem contigo, mas de modo algum estou disposto a entregar-me inteiramente, nem a entregar-te a minha vida".
Mikel Santamaría Garai

O amor humano autêntico é uma entrega total da própria pessoa: alma, coração, corpo, toda a própria vida, presente e futuro. Quando duas pessoas se amam, sabem que vão compartilhar toda a sua vida. O casal é isto: um com uma para sempre, em tudo, para terminar nos filhos. Já não são dois, mas uma só carne e uma só vida. Antes eram duas vidas independentes que, de vez em quando, coincidiam. Agora estão intimamente ligados, a vida de um é inseparável da do outro. Até nas coisas mais concretas.
Mikel Santamaría Garai

Por exemplo, se os projetos profissionais de um numa cidade são incompatíveis com a alergia que o outro sente naquele lugar, como os dois são agora uma só carne, a alergia de um afeta a vida do outro. De fato, o outro sente-a como se fosse própria, ou mais ainda, e sofre. Mas a realidade do amor matrimonial faz que, ou os dois se agüentam, ou os dois saem dali. Porque os projetos profissionais são importantes, mas secundários em relação à grandeza do amor.
Mikel Santamaría Garai

O casamento é um edifício que deve ser reconstruído todos os dias. 
André Maurois

Não confundir o amor com a paixão dos primeiros momentos, que pode desaparecer. O verdadeiro carinho cresce na medida em que os dois estão mais unidos, porque partilham mais. Mas para partilhar é preciso dar. Dar é a chave do amor. Amor significa sempre entrega, dar-se ao outro. Só pelo sacrifício se conserva o amor mútuo, porque é preciso aprender a passar por alto os defeitos, a perdoar uma e outra vez, a não devolver mal por mal, a não dar importância a uma frase desagradável, etc. Por isso o amor também significa exceder-se, fazer mais do que é devido.
Juan Luis Lorda

Um casamento feliz exige que nos apaixonemos muitas vezes e sempre pela mesma pessoa. 
Autor desconhecido

Apenas em torno de uma mulher que ama se pode formar uma família.
Friedrich Schlegel

O amor não se conjuga no passado: ou se ama para sempre, ou nunca se amou verdadeiramente.
Autor desconhecido

No amor tudo está terminado desde o dia em que um dos amantes pensou que a separação era possível.
P. Bourget

Por ser um amor total, o amor entre homem e mulher não pode ser senão de um com uma e para sempre. Porque supõe também a adaptação das duas personalidades, das maneiras de ser e gostos de cada um, que procuram evitar o que prejudique ou desgoste o outro, reconhecendo agradecidos que o outro está a fazer o mesmo para que a vida seja agradável e o amor vá aumentando sem encontrar obstáculos. Desta maneira, as personalidades dos dois cônjuges vão-se influenciando e penetrando mutuamente. A vida de um constitui uma parte real da vida do outro. Romper essa união significaria mutilar a vida interior de cada um dos cônjuges e suporia o fracasso rotundo na aventura pessoal mais profunda que pode empreender um ser humano.
Mikel Santamaría Garai

Se percebemos o que é o enlace matrimonial damo-nos conta de que é uma nova realidade: as vontades de ambos os cônjuges comprometeram-se irrevogavelmente. E se uma pessoa se entregou desta maneira, sucede como com o que se atira sem pára-quedas: ou se atirou ou não se atirou, mas, se se atirou, já não pode voltar atrás. Isto ajuda-nos a distinguir entre o ato do matrimônio, que é uma realidade que surge pelo consentimento das vontades, e os papéis, as cerimônias e as festas.
Mikel Santamaría Garai

Pode dar-se o caso de ter havido cerimônia, papéis, festa, inclusive celebração religiosa do matrimônio e que, na realidade, não tenha havido matrimônio, porque faltou a essência, que é a decisão dos cônjuges de entregar-se um ao outro para sempre, para terminar nos filhos. Por exemplo, no caso de um dos noivos querer simplesmente tirar proveito do casamento, mas não querer comprometer-se para sempre.
Mikel Santamaría Garai

Casar-se não tem nada a ver com uma celebração ou com uns papéis. Casar-se não é outra coisa que a entrega mútua de duas pessoas para sempre. Os papéis não são senão uma expressão externa dessa realidade interior que se consuma na intimidade da vontade e se exprime na intimidade do corpo.
Mikel Santamaría Garai

A entrega do corpo é a expressão dessa entrega total da pessoa. Porque o meu corpo sou eu, não é uma coisa externa, um agasalho ou uma máquina que eu uso, mas sou eu próprio. Precisamente por isso, o amor conjugal autêntico inclui, por si, o "até que a morte nos separe". O matrimônio é entregar-se para sempre; entregar o corpo sem se entregar para sempre seria prostituição, a utilização da própria intimidade como objeto de troca: dar o corpo em troca de algo (ainda que esse algo seja o enamoramento), sem ter entregado a vida.
Mikel Santamaría Garai

No amor conjugal, a intervenção do corpo dá um caráter irreversível à relação de entrega. Com efeito, quando uma pessoa entrega o corpo, é porque se entrega a si própria em plenitude. Mas quando uma pessoa entrega de verdade a alma, tem de ter em conta que implica a totalidade da vida.
Mikel Santamaría Garai

Amor não é olharem um para o outro. mas sim olharem ambos numa mesma direção.
Antoine de Saint-Exupéry

No verdadeiro amor não manda ninguém; ambos obedecem.
Alejandro Casona

O amor por uma pessoa deve incluir os corvos do seu telhado.
Provérbio chinês

Por a pessoa ser corpo e espírito, o seu amor realiza-se com o tempo, mas é, em si mesmo, para sempre. Ou uma pessoa se entrega para sempre ou não se entregou a si próprio. E, se se entregou, já não se possui a si mesmo em propriedade exclusiva, pois deu o coração e o corpo a outra, que, por sua vez, lhos deu a ele.
Mikel Santamaría Garai

Se se compreender esta realidade da entrega matrimonial, entende-se também que não é o mesmo haver relações sexuais antes de se casarem ou depois. Se ainda não se casaram, então não se comprometeram. Imaginemos que, no dia seguinte a essa relação, a outra parte tem um acidente e fica terrivelmente desfigurada. Se não me entreguei mediante o matrimônio, "na saúde e na doença", posso colocar a mim próprio a possibilidade de, com o tempo, refazer a minha vida com outra pessoa. Mas se me entreguei, tenho uma obrigação de estrita justiça para com o outro: na saúde e na doença, o meu coração e o meu corpo são seus, até que a morte nos separe.
Mikel Santamaría Garai

Antes do matrimônio, pode existir a realidade do apaixonamento e a intenção de entregar-se. Contudo, não existe a realidade do amor e da entrega livremente assumidos para sempre. Por isso, "fazer amor" é verdade e portanto bom, mas só depois do casamento, que não se fundamenta na celebração externa mas sim no ato da vontade dos que se entregaram para sempre.
Mikel Santamaría Garai

Outra coisa são as condições legítimas para que esse contrato de mútua entrega seja válido. Por exemplo, no caso do sacramento católico, exige-se que a afirmação da mútua entrega se faça perante duas testemunhas e na presença de uma testemunha qualificada que é o bispo ou o pároco (ou quem o substitua legitimamente). Mas repito que o essencial radica na vontade de se comprometer irrevogavelmente. Por isso, no caso do sacramento católico, se, no prazo de um mês não for possível, sem grave incômodo, encontrar pessoa que possa exercer esse papel de testemunha qualificada, basta a presença das outras duas testemunhas. E se o casal está romanticamente perdido numa ilha deserta, bastará a realidade do seu compromisso mútuo. Estão realmente casados, embora ninguém mais saiba. Mas uma vez dado o sim, dado está, para sempre, ainda que ninguém saiba senão Deus.
Mikel Santamaría Garai

A coisa mais importante que um pai pode fazer pelos seus filhos é amar a mãe deles.
Autor desconhecido