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O que é Síndrome do pânico?

A síndrome do pânico é um tipo de transtorno de ansiedade no qual ocorrem crises inesperadas de desespero e medo intenso de que algo ruim aconteça, mesmo que não haja motivo algum para isso ou sinais de perigo iminente.

Um indivíduo diagnosticado com síndrome do pânico costuma manifestar de uma a duas crises durante toda a vida. Pode parecer pouco, mas viver com a doença compromete seriamente a qualidade de vida da pessoa, pois ela sofre em dois momentos distintos: no momento exato da crise e também no intervalo entre elas, pois nunca se sabe quando que a crise acontecerá novamente. A crise pode demorar dias, semanas, meses e até mesmo anos para ocorrer mais uma vez. Essa sensação constante de insegurança pode comprometer as atividades diárias do paciente.

Causas

As causas exatas da síndrome do pânico são desconhecidas, embora a Ciência acredite que um conjunto de fatores possam desencadear o desenvolvimento deste transtorno, como:

  • Genética

  • Estresse

  • Temperamento forte e suscetível ao estresse

  • Mudanças na forma como o cérebro funciona e reage a determinadas situações.

Alguns estudos indicam que a resposta natural do corpo a situações de perigo esteja diretamente envolvida nas crises de pânico. Apesar disso, ainda não está claro por que esses ataques acontecem em situações nas quais não há qualquer evidência de perigo iminente.

Fatores de risco

As crises de síndrome do pânico geralmente começam entre a fase final da adolescência e o início da idade adulta. Apesar disso, podem ocorrer depois dos 30 anos e durante a infância, embora no último caso ela possa ser diagnosticada só depois que as crianças já estejam mais velhas.

A síndrome do pânico costuma afetar mais mulheres do que homens e pode ser desencadeada por alguns fatores considerados de risco, como:

  • Situações de estresse extremo

  • Morte ou adoecimento de uma pessoa próxima

  • Mudanças radicais ocorridas na vida

  • Histórico de abuso sexual durante a infância

  • Ter passado por alguma experiência traumática, como um acidente.

Algumas pesquisas indicam que se um gêmeo idêntico tem síndrome do pânico, o outro gêmeo também desenvolverá o problema em 40% das vezes. Pode acontecer, no entanto, de a doença se manifestar sem que haja histórico familiar dela.

Sintomas de Síndrome do pânico

Ataques de pânico característicos da síndrome geralmente acontecem de repente e sem aviso prévio, em qualquer período do dia e também em qualquer situação, como enquanto a pessoa está dirigindo, fazendo compras no shopping, em meio a uma reunião de trabalho ou até mesmo dormindo.

O pico das crises de pânico geralmente dura cerca de 10 a 20 minutos, mas pode variar dependendo da pessoa e da intensidade do ataque. Além disso, alguns sintomas podem continuar por uma hora ou mais. É bom ficar atento, pois muitas vezes um ataque de pânico pode ser confundido com um ataque cardíaco.

As crises de pânico geralmente manifestam os seguintes sintomas:

  • Sensação de perigo iminente
  • Medo de perder o controle
  • Medo da morte ou de uma tragédia iminente
  • Sentimentos de indiferença
  • Sensação de estar fora da realidade
  • Dormência e formigamento nas mãos, nos pés ou no rosto
  • Palpitações, ritmo cardíaco acelerado e taquicardia
  • Sudorese
  • Tremores
  • Dificuldade para respirar, falta de ar e sufocamento
  • Hiperventilação
  • Calafrios
  • Ondas de calor
  • Náusea
  • Dores abdominais
  • Dores no peito e desconforto
  • Dor de cabeça
  • Tontura
  • Desmaio
  • Sensação de estar com a garganta fechando
  • Dificuldade para engolir

O pior de todos os sintomas é o medo que se sente de ter outro ataque de pânico. Esse medo pode ser tão grande que a pessoa, muitas vezes, evitará ao máximo situações em que essas crises poderão ocorrer novamente.

Os ataques de pânico podem alterar o comportamento em casa, na escola ou no trabalho. As pessoas portadoras da síndrome muitas vezes se preocupam com os efeitos de seus ataques de pânico e podem, até mesmo, despertar problemas mais graves, como alcoolismo, depressão e abuso de drogas.

Não há como prever as crises de pânico. Pelo menos nos estágios iniciais do transtorno, parece não haver nada específico capaz de desencadear o ataque. Mas há indícios de que lembrar-se de ataques de pânico anteriores possam contribuir e levar a uma nova crise.

Diagnóstico e Exames

Buscando ajuda médica

Se você teve qualquer sintoma típico de crises de pânico, procure ajuda médica o quanto antes. Os ataques são difíceis de controlar por conta própria e podem piorar se não houver acompanhamento médico e tratamento adequados. Você deve procurar por um psiquiatra ou psicólogo.

Na consulta médica

Não tenha medo ou vergonha de procurar ajuda médica. O trabalho de um especialista é importante para encontrar meios seguros para tratar a síndrome do pânico.

É muito importante que o paciente vá à consulta acompanhado de uma pessoa confiança, seja parente ou amigo, para dar apoio moral. Além disso, durante a consulta, o paciente deve descrever detalhadamente todos os sintomas, para que o diagnóstico possa ser realizado corretamente.

Esteja preparado, também, para responder às perguntas que o médico deverá fazer. Veja alguns exemplos:

  • Quais são seus sintomas? Quando você os notou pela primeira vez?

  • Com que frequência os ataques de pânico acontecem? Quanto tempo eles costumam durar, aproximadamente?

  • Há alguma situação ou comportamento específicos que possam desencadear um ataque de pânico?

  • Você evita contatos sociais ou determinadas atividades por medo de ter outro ataque?

  • O quanto os sintomas e o medo de ter outro ataque atrapalham sua vida pessoal, profissional e social?

  • Você passou por algum evento traumático na infância ou em qualquer outro momento da vida?

  • Você possui algum trauma específico?

  • Como você descreveria sua relação com os membros mais próximos da família?

  • Você ou sua família têm histórico médico de síndrome do pânico ou de algum outro transtorno?

  • Você já foi diagnosticado com outro problema de saúde?

  • Você consome cafeína, bebidas alcóolicas e drogas recreativas? Com que frequência?

  • Você pratica exercícios físicos? Com que frequência

Diagnóstico de Síndrome do pânico

Para realizar o diagnóstico, o médico poderá pedir vários exames e testes. Para começar, o especialista realizará um exame físico no paciente. Em seguida, pedirá exames de sangue, a fim de checar o funcionamento da tireoide, e um eletrocardiograma, para verificar como está o coração. Além da avaliação física, uma avaliação psiquiátrica também é necessária para que o diagnóstico seja finalizado. Esta deverá ser feita por um profissional específico da área, como um psicanalista ou um psicólogo. Durante a conversa, o profissional falará a respeito dos sintomas, situações que podem ter desencadeado momentos de estresse intenso, medos e preocupações, problemas de relacionamento e outras questões que possam estar prejudicando o paciente.

O diagnóstico será positivo para a síndrome do pânico se:

  • A pessoa sofrer de ataques de pânico inesperados e frequentes

  • Pelo menos um dos ataques tenha sido acompanhado de medo e angústia pela recorrência de um novo ataque e pelas consequências dessa nova crise, como perda de controle, ataque cardíaco ou mudanças súbitas de comportamento

  • A pessoa evitar situações que possam desencadear em uma nova crise
  • As crises de pânico não forem causados por abuso de substâncias.

Tratamento de Síndrome do pânico

O principal objetivo do tratamento da síndrome do pânico é evitar qualquer tipo de sintoma característico das crises. As duas principais formas de tratamento para esse transtorno é por meio de psicoterapia e medicamentos. Ambos têm se mostrado bastante eficientes. Dependendo da gravidade, preferência e do histórico do paciente, o médico poderá optar por um deles ou até mesmo por ambos, já que a combinação dos dois tipos de tratamento têm se mostrado ainda mais eficaz do que um ou outro operando isoladamente.

A psicoterapia, também chamada de Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), é geralmente a primeira opção para o tratamento de síndrome do pânico. Ela poderá ajudar o paciente a entender os ataques de pânico, a como lidar com eles no momento em que acontecerem e como ter uma vida cotidiana normal sem medo de ter um novo ataque.

Já o tratamento à base de medicamentos inclui antidepressivos, como os inibidores seletivos da recaptação da serotonina, como por exemplo a fluoxetina. Medicamentos anticonvulsivos e benzodiazepinas também podem ser prescritos pelos médicos.

Os sintomas devem desaparecer lentamente em algumas semanas. Se não melhorarem, converse com seu médico. Não suspenda a medicação sem antes consultar seu médico.

Fonte: Minhavida