Ebola
Se contraído, o Ebola é uma das
doenças mais mortais que existem. É um vírus
altamente infeccioso que pode matar mais de 90%
das pessoas que o contraem, causando pânico nas
populações infectadas.
A organização humanitária
internacional Médicos Sem Fronteiras (MSF)
tratou centenas de pessoas com a doença e ajudou
a conter inúmeras epidemias ameaçadoras.
“Eu estava coletando amostras de
sangue de pacientes. Nós não tínhamos
equipamentos de proteção suficientes e eu
desenvolvi os mesmo sintomas”, diz Kiiza Isaac,
um enfermeiro ugandense. “No dia 19 de novembro
de 2007, recebi a confirmação do laboratório. Eu
havia contraído Ebola”.
Fatos
A primeira vez que o vírus Ebola surgiu foi em
1976, em surtos simultâneos em Nzara, no Sudão,
e em Yambuku, na República Democrática do Congo,
em uma região situada próximo do Rio Ebola, que
dá nome à doença.
Morcegos frutívoros são
considerados os hospedeiros naturais do vírus
Ebola. A taxa de fatalidade do vírus varia entre
25 e 90%, dependendo da cepa.
“MSF foi para Bundibugyo e
administrou um centro de tratamento. Muitos
pacientes receberam cuidados. Graças a Deus, eu
sobrevivi. Depois da minha recuperação, me
juntei a MSF”, conta Kiiza.
Estima-se que, até janeiro de
2013, mais de 1.800 casos de Ebola tenham sido
diagnosticados e quase 1.300 mortes registradas.
Primeiramente, o vírus Ebola foi
associado a um surto de 318 casos de uma doença
hemorrágica no Zaire (hoje República Democrática
do Congo), em 1976. Dos 318 casos, 280 pessoas
morreram rapidamente. No mesmo ano, 284 pessoas
no Sudão também foram infectadas com o vírus e
156 morreram.
Há cinco espécies do vírus Ebola:
Bundibugyo, Costa do Marfim, Reston, Sudão e
Zaire, nomes dados a partir dos locais de seus
locais de origem. Quatro dessas cinco cepas
causaram a doença em humanos. Mesmo que o vírus
Reston possa infectar humanos, nenhuma
enfermidade ou morte foi relatada.
MSF tratou centenas de pessoas
afetadas pelo Ebola em Uganda, no Congo, na
República Democrática do Congo, no Sudão, no
Gabão e na Guiné. Em 2007, MSF conteve
completamente uma epidemia de Ebola em Uganda.
O que causa o Ebola?
O Ebola pode ser contraído tanto de humanos como
de animais. O vírus é transmitido por meio do
contato com sangue, secreções ou outros fluídos
corporais.
Agentes de saúde frequentemente
são infectados enquanto tratam pacientes com
Ebola. Isso pode ocorrer devido ao contato sem o
uso de luvas, máscaras ou óculos de proteção
apropriados.
Em algumas áreas da África, a
infecção foi documentada por meio do contato com
chimpanzés, gorilas, morcegos frutívoros,
macacos, antílopes selvagens e porcos-espinhos
contaminados encontrados mortos ou doentes na
floresta tropical.
Enterros onde as pessoas têm
contato direto com o falecido também podem
transmitir o vírus, enquanto a transmissão por
meio de sêmen infectado pode ocorrer até sete
semanas após a recuperação clínica.
Ainda não há tratamento ou vacina
para o Ebola.
Sintomas
No início, os sintomas não são específicos, o
que dificulta o diagnóstico.
A doença é frequentemente
caracterizada pelo início repentino de febre,
fraqueza, dor muscular, dores de cabeça e
inflamação na garganta. Isso é seguido por
vômitos, diarreia, coceiras, deficiência nas
funções hepáticas e renais e, em alguns casos,
sangramento interno e externo.
Os sintomas podem aparecer de
dois a 21 dias após a exposição ao vírus. Alguns
pacientes podem ainda apresentar erupções
cutâneas, olhos avermelhados, soluços, dores no
peito e dificuldade para respirar e engolir.
Diagnóstico
Diagnosticar o Ebola é difícil porque os
primeiros sintomas, como olhos avermelhados e
erupções cutâneas, são comuns.
Infecções por Ebola só podem ser
diagnosticadas definitivamente em laboratório,
após a realização de cinco diferentes testes.
Esses testes são de grande risco
biológico e devem ser conduzidos sob condições
de máxima contenção. O número de transmissões de
humano para humano ocorreu devido à falta de
vestimentas de proteção.
“Agentes de saúde estão,
particularmente, suscetíveis a contraírem o
vírus, então, durante o tratamento dos
pacientes, uma das nossas principais prioridades
é treinar a equipe de saúde para reduzir o risco
de contaminação pela doença enquanto estão
cuidando de pessoas infectadas”, afirma Henry
Gray, coordenador de emergência de MSF durante
um surto de Ebola em Uganda em 2012.
“Nós temos que adotar
procedimentos de segurança extremamente
rigorosos para garantir que nenhum agente de
saúde seja exposto ao vírus, seja por meio de
material contaminado por pacientes ou lixo
médico infectado com Ebola”.
Tratamento
Ainda não há tratamento ou vacina específicos
para o Ebola.
O tratamento padrão para a doença
limita-se à terapia de apoio, que consiste em
hidratar o paciente, manter seus níveis de
oxigênio e pressão sanguínea e tratar quaisquer
infecções. Apesar das dificuldades para
diagnosticar o Ebola nos estágios iniciais da
doença, aqueles que apresentam os sintomas devem
ser isolados e os profissionais de saúde pública
notificados. A terapia de apoio pode continuar,
desde que sejam utilizadas as vestimentas de
proteção apropriadas até que amostras do
paciente sejam testadas para confirmar a
infecção.
MSF conteve um surto de Ebola em
Uganda em 2012, instalando uma área de controle
entorno do centro de tratamento.
O fim de um surto de Ebola apenas
é declarado oficialmente após o término de 42
dias sem nenhum novo caso confirmado.
Fonte: Médicos sem fronteiras |