Açúcar: O doce assassino

Usou-se o açúcar da cana, pela primeira vez, na Nova Guené, cerca de 10 mil anos atrás. Ao lado do sarampo, da varíola e da gripe, ele foi introduzido na América do Norte em 1493, por Cristóvão Colombo. Desde então, o consumo de açúcar aumentou constantemente a cada ano. Agora, estima-se que o consumo anual per capita de açúcar refinado e adoçantes relacionados como mel, melado e xarope de milho rico em frutose seja de 69 quilos no EUA (como nenhum dos autores deste livro consome açúcar, ao menos duas pessoas estão ingerindo mais de 140 quilos por ano!). A maior parte desse aumento é relativamente recente; cem anos atrás, o consumo de açúcar anual per capita era inferior a 2 quilos. Ainda hoje, a população de países menos desenvolvidos consome muito menos açúcar. O consumo per capita no Afeganistão, por exemplo, era de apenas 1 quilo, em 1999.

Grande parte desse açúcar é consumida sob a forma de refrigerantes. Em 2002, a associação Nacional de Refrigerantes teve o orgulho de anunciar que os americanos consumiram 200 litros de refrigerante por pessoa, por ano, em média 666 porções de 0,3 litros. O consumo de refrigerante dobrou desde 1972, e aumentou seis vezes desde 1945. Além disso, o açúcar entra em muitos produtos alimentícios manufaturados, porque tem muitas características atraentes para o fabricantes de alimentos: é de baixo custo agradável ao paladar, pode ser usado em vários alimentos, resiste bem ao armazenamento....e, de certa forma, pode causar dependência. 

Na década de 1960, o Ministério da Saúde alertou os americanos quanto ao perigo do tabagismo. Mais recentemente, graças a importantes esforços da saúde pública, começou-se a educar a população sobre os problemas de saúde causados pelo excesso de gorduras na alimentação, sobretudo as gorduras trans e saturadas. Programas de saúde preventivos nos incentivam a fazer mais exercícios físicos, consumir mais frutas e hortaliças, a reduzir a pressão arterial e o colesterol, até mesmo a usar cintos de segurança e fazer sexo seguro. Porém, até hoje, autoridades de saúde pública é a maioria da comunidade médica, ao menos nos Estados Unidos, ainda alertaram o público sobre o risco à saúde causados pelo açúcar, sem dúvida o “alimento” mais perigoso que ingerimos.

Há muitas razões para o açúcar permanecer intocável há tanto tempo. Seu uso aproximadamente arraigado em nossa cultura e psique coletiva. Observe algumas frases comuns “[....] tão americanos quanto torta de maça”, “Como vai, docinho”, ou até mesmo, Meu doce, cheguei. Parte da confusão em torno de nosso amor pelo açúcar é associação frequente entre este e o amor em si. Há, até mesmo, um dia específico do ano, Valentine Day, dedicado à comemoração do amor e do açúcar juntos.

Existem sinais encorajadores de que isso começa a mudar. Em 2003, A OMS – Organização Mundial de Saúde lançou seu relatório “Dieta, Nutrição e a Prevenção de Doenças Crônicas”, sugerindo que as pessoas no mundo todos cortassem as calorias totais oriundas de açucares simples de 25% para menos de 10%. A política americana “ oficial” já está de acordo com o relatório da OMS, mas, na verdade, as informações não estão sendo disseminadas com eficácia. Segundo o Dr. Marion Nestle, de New York University, se fizermos a soma na pirâmide alimentar do Departamento de Agricultura, constataremos que ela recomenda de 7% a 12 % de açucare livres. Mas temem mencionara os números reais por causa da indústria [do açúcar], que esta muito agressiva no momento Ainda mais grave, muitos aspectos críticos da nova proposta da OMS, entre os quais a importância de reduzir o consumo de açúcar.

Acreditamos que qualquer dieta saudável ou programa de perda de peso deve começar com a eliminação ou redução do açúcar.

Fonte A medicina da imortalidade – Ray Kurzwel e Terry Grossman, M.D